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A Dieta Cetogênica pode ser uma importante aliada no tratamento de epilespsias de difícil controle.

A epilepsia é um dos distúrbios neurológicos mais frequentes e graves na infância, com incidência de 1% na população. A população mais afetada segundo dados do DATASUS e IBGE são as crianças menores de 5 anos e os idosos (gráfico abaixo). Dentre as crianças acometidas, 20% a 30% têm crises epilépticas refratárias às drogas antiepilépticas. A frequência de crises correlaciona-se diretamente com o prognóstico da doença sendo o risco de letalidade em pediatria o mais alto entre os pacientes com a epilepsiaintratável. Os estudos mais recentes mostram opções não- farmacológicas bastante eficazes para o tratamento. Destacamos assim a Dieta Cetogênica (DC) como opção de tratamento para a redução das crises convulsivas. A DC foi criada por Wilder, em 1921 considerando que o jejum exercia uma ação anticonvulsivante em pacientes epilépticos. Assim, Wilder concebeu uma dieta com restrição de carboidratos, taxas minimamente adequadas de proteínas e alto teor de lipídios, as quais mantinham uma produção hepática contínua de corpos cetônicos tanto no estado alimentado quanto no jejum. Em termos práticos, instituir a DC significa manter uma dieta com razão, em gramas, de lipídios para carboidratos e proteínas acima de 3:1.

Ao longo dos anos ficou evidente que cerca de um quinto das crianças epilépticas não respondia adequadamente a quaisquer das drogas antiepilépticas disponíveis ou então precisavam de doses excessivas, com efeitos colaterais intoleráveis. A popularidade da DC clássica cresceu na década de 1990 assim como a dieta de Atkins modificada que consiste na indução da cetose sem restrição de líquidos, calorias e proteínas e ainda não necessita de jejum. A escolha do tipo de dieta cetogênica a ser utilizada no tratamento do paciente ficará a critério médico. Como evidência da eficácia da DC como terapia complementar na epilepsia de difícil controle podemos referenciar o artigo de Dressler e colaboradores, publicado em 2015 na Epilepsy Research  verificando que mais de 50% das crianças tratadas com a DC, neste estudo, reduziram os quadros de convulsão com 3 meses de tratamento, além de tolerar bem a dieta. Clique aqui e veja o estudo completo.