O panorama mundial e brasileiro da obesidade têm se revelado como um novo desafio para a saúde pública, uma vez que sua incidência e sua prevalência têm crescido de forma alarmante nos últimos anos.
A prevalência de excesso de peso na população pediátrica, nos últimos 30 anos, aumentou em todas as regiões brasileiras, principalmente na região sudeste independente de classe social.
O excesso de peso na infância predispõe a várias complicações de saúde, como:
- problemas respiratórios,
- diabetes,
- hipertensão,
- dislipidemias que aumentam o risco de mortalidade na vida adulta.
A obesidade infantil pode estar associada a transtornos psicossociais. Cerca de 50% dos obesos apresentam:
- menor sociabilidade,
- menor rendimento escolar,
- baixa autoestima, além de
- distúrbios de humor e sono.
O estilo de vida atual, resultante de um conjunto de fatores como:
- inserção da mulher no mercado de trabalho,
- violência nas grandes cidades,
- aumento da carga horária escolar,
- refeições fora do domicílio,
- ausência dos pais nas refeições, entre outros,
pode contribuir para a instalação da obesidade, com repercussões na saúde infantil e na vida adulta.
A propaganda de alimentos e sua influência nas escolhas alimentares têm sido alvo de discussões frequentes, sendo atribuída à propaganda parte da responsabilidade pelos problemas de má alimentação da população infantil.
Como medida de intervenção contra a obesidade infantil é importante para a família incentivar e apoiar as crianças na adoção de práticas saudáveis de vida incluindo o consumo de alimentos naturais e o hábito de praticar atividade física regular.
Os principais desvios alimentares observados pela população infantil consistem no:
- consumo insuficiente de frutas, hortaliças e leguminosas (principalmente feijão);
- ausência de refeições, com destaque para o desjejum;
- redução do consumo de leite e derivados com substituições dos mesmos por bebidas lácteas com menor concentração de cálcio;
- aumento no consumo de alimentos prontos (congelados e pré-preparados) e refrigerantes.
Estes fatores sinalizam para a necessidade de trabalho de educação alimentar envolvendo o núcleo familiar, os órgãos governamentais e os meios de comunicação no combate a obesidade infantil.
Referências: Rev Paul Pediatr 2011;29(4):625-33.Rev Paul Pediatr 2008;26(3):271-7.
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(6):1361-1371, jun, 2007