Nutrição saudável: ferramenta para a melhora da imunidade em idosos

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Autora: Fernanda Bortoli (nutricionista)

Em decorrência da pandemia do coronavírus – COVID-19 –, muito tem se falado, nesses últimos dias, sobre a vulnerabilidade do idoso a processos patológicos. Além de várias comorbidades adquiridas ao longo da vida, o envelhecimento traz consigo diversas alterações de ordem fisiológica e funcional que acabam dificultando a independência física/emocional e a recuperação desse indivíduo em caso de enfermidade.

Embora existam alimentos funcionais que auxiliem na melhora da imunidade, nada substitui uma alimentação regular balanceada e saudável. Um alimento “x” ou “y”, utilizado pontualmente, não trará grandes benefícios à saúde da terceira idade. Dentre os alimentos essenciais e preconizados nessa faixa etária, temos as fontes proteicas animais e vegetais (carnes brancas e vermelhas, leites e derivados, ovos, feijões e outros grãos) e as fontes de fibras (cereais integrais, frutas, verduras e legumes), que indispensável e prioritariamente devem estar presentes na alimentação dos idosos. 

Com os devidos cuidados de higienização, devemos priorizar os alimentos naturais em detrimento dos industrializados e também otimizar a questão da hidratação. O idoso, pela própria composição corporal, desidrata mais rápido do que os indivíduos mais jovens, principalmente quando acometidos por uma virose, infecção bacteriana ou fúngica. O ajuste de consistência da dieta, o aumento do fracionamento das refeições e o uso de suplementos nutricionais muitas vezes são fundamentais para que consigamos alcançar as necessidades nutricionais na terceira idade.

Idosos assistidos por familiares, cuidadores ou profissionais de saúde, seja em domicílio ou em instituições de longa permanência para idosos (ILPIs), representam grupo de alto risco para o desenvolvimento de infecções, como o coronavírus. O contato com muitas pessoas ao mesmo tempo e o alto grau de dependência problematiza a questão dos cuidados, principalmente no que se refere à higiene. Além disso, é preciso ter atenção, pois os sintomas que frequentemente são apresentados pela população em geral não necessariamente se dão da mesma forma no idoso. 

A febre, por exemplo, é um sinal que nem sempre estará presente no idoso, devido à redução do número de glândulas sudoríparas e capilares na pele, o que leva à diminuição do fluxo sanguíneo, além da redução na síntese do metabolismo dos principais neurotransmissores. A confusão mental é outro ponto que muitas vezes não poderá ser considerado, especialmente em indivíduos que já sofrem de alguma doença neurológica. 

Portanto, nesse momento que estamos vivendo, mais do que nunca vale a conscientização de idosos, familiares, profissionais de saúde e todos que lidam direta ou indiretamente com a população mais velha. Cuidar de nossos idosos é preservar as nossas histórias, os ensinamentos e, mais do que isso, é um ato de carinho e humanidade por aqueles que um dia fizeram tanto pela gente.