Nutrição na gestação

A importância do acompanhamento nutricional na gestação

A gestão é um período marcado por diversas transformações fisiológicas, metabólicas e hormonais. As necessidades nutricionais neste período também encontram-se alteradas em alguns aspectos, com isso merecem atenção e acompanhamento específico. Os cuidados nutricionais nesse período tem uma importante impacto tanto na saúde da mãe, quanto na saúde do bebê.

O Ministério da Saúde orienta para que já na primeira consulta do pré-natal seja aferido o peso, a estatura e que seja feito o cálculo do índice de massa corporal (IMC) por semana gestacional. A partir de então é possível avaliar o estado nutricional atual e definir as  estratégias do acompanhamento nutricional durante a gestação.

Apesar de já existirem recomendações e evidência suficientes apontando para os benefícios de um acompanhamento nutricional adequado durante a gestação, essa ainda não é a realidade da grande maioria das gestantes.

A nutrição materna constitui um cuidado que deve ser valorizado e estimulado de forma correta visando uma gravidez saudável e que merece atenção especial durante o pré-natal. A nutrição ideal é essencial para o crescimento e desenvolvimento do feto, a saúde sustentada da mãe durante a gravidez e pode ter efeitos a longo prazo na saúde da mãe e do bebê.

Assim como para a população em geral, a orientação é para que a gestante tenha uma dieta saudável com uma alimentação variada, colorida, harmoniosa e segura, baseada em alimentos in natura priorizando o consumo de frutas e verduras, cereais integrais, carnes brancas como peixes e frango sem pele, carnes vermelhas magras, porém algumas adaptações são necessárias visando garantir o suprimento de macro e micronutrientes tanto para a mãe como para o feto.

O ganho de peso total durante é de modo geral uma grande preocupação tanto das gestantes quanto dos profissionais de saúde que as acompanham. O ganho de peso é esperado e faz parte do processo fisiológico da gestação no entanto, o excesso ou o déficit desse ganho podem gerar repercussões um tanto quanto nocivas. Estudos demonstraram que o ganho excessivo de peso durante a gravidez pode estar associado a um risco aumentado de desenvolvimento da diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, bebê com peso elevado ao nascer, parto cesáreo e retenção de peso pós-parto. Por sua vez ganho de peso gestacional inadequado também demonstrou ter potenciais consequências negativas, incluindo o parto de um bebê com baixo peso ao nascer e um risco aumentado de parto prematuro.

Apesar das evidências de que mulheres que engravidam com sobrepeso ou obesidade têm maior probabilidade de desenvolver complicações na gravidez, não é aconselhável que as mulheres tentem perder peso durante a gravidez. Em vez disso, as orientações devem se concentrar em manter ou desenvolver um estilo de vida saudável que inclua uma dieta adequada em nutrientes, suplementação de nutrientes, quando apropriado, e exercícios regulares.

Segundo a caderneta da gestante elaborada pelo Ministério da Saúde (2018) é recomendado que durante a gestação se priorize uma alimentação saudável e diversificada, predominantemente de origem vegetal, rica em alimentos naturais e com o menor processamento industrial possível. Isso é importante para sua saúde e bem-estar, e para a formação e o crescimento adequado do bebê. Também recomenda o uso de ácido fólico durante toda a gravidez e de sulfato ferroso durante a gestação e até o 3º mês pós-parto. Além disso orienta à 10 passos para que a alimentação seja saudável, são eles:

  1. Fazer pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e jantar) e duas refeições menores por dia, evitando ficar muitas horas sem comer. Entre as refeições beber água.
  2. Fazer as refeições em horários semelhantes e, sempre que possível, acompanhada de familiares ou amigos. Evitar “beliscar” nos intervalos e comer devagar, desfrutando o que se está comendo.
  3. Alimentos mais naturais de origem vegetal devem ser a maior parte da alimentação. Feijões, cereais, legumes, verduras, frutas, castanhas, leites, carnes e ovos tornam a refeição balanceada e saborosa. Preferir os cereais integrais.
  4. Ao consumir carnes, retirar a pele e a gordura aparente. Evitar o consumo excessivo de carnes vermelhas, alternando, sempre que possível, com pescados, aves, ovos, feijões ou legumes.
  5. Utilizar óleos, gorduras e açúcares em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos. Evitar frituras e adicionar açúcar a bebidas. Retirar o saleiro da mesa. Atenção aos rótulos dos alimentos e preferir aqueles livres de gorduras trans.
  6. Comer todos os dias legumes, verduras e frutas da época. Ricos em várias vitaminas, minerais e fibras, possuem quantidade pequena de calorias, contribuindo para a prevenção da obesidade e de doenças crônicas.
  7. Alimentos industrializados, como vegetais e peixes enlatados, extrato de tomate, frutas em calda ou cristalizadas, queijos e pães feitos com farinha e fermento, devem ser consumidos com moderação.
  8. Evitar refrigerantes e sucos artificiais, macarrão instantâneo, chocolates, doces, biscoitos recheados e outras guloseimas no dia a dia.
  9. Para evitar a anemia (falta de ferro no sangue), consumir diariamente alimentos ricos em ferro, principalmente carnes, miúdos, feijão, lentilha, grão-de-bico, soja, folhas verde-escuras, grãos integrais, castanhas e outros. Junto com esses alimentos, consuma frutas que sejam fontes de vitamina C, como acerola, goiaba, laranja, caju, limão e outras.
  10. Todos esses cuidados ajudarão a manter a saúde e o ganho de peso dentro de https://talentindonesia.id/slot-terbaru/ limites saudáveis. Praticar alguma atividade física e evitar as bebidas alcoólicas e o fumo.

Além das recomendações para que as mulheres grávidas mantenham uma alimentação saudável, deve-se ter atenção à alguns nutrientes essenciais que merecem atenção especial. O ácido fólico por exemplo, verificou-se que a deficiência de ácido fólico está intimamente ligada ao desenvolvimento de defeitos do tubo neural como espinha bífida, anencefalia e encefalocele.

O ferro é um mineral importante envolvido no desenvolvimento de glóbulos vermelhos, particularmente a hemoglobina; no entanto, o ferro também é necessário para a função de outras enzimas no corpo, tem um papel no sistema imunológico e na síntese de componentes do tecido conjuntivo e é um cofator no neurotransmissor formação. Outro nutriente importante é a vitamina D, essencial para a saúde óssea do feto em desenvolvimento. A vitamina D regula os níveis de cálcio no sangue, afetando a absorção de cálcio e fósforo do intestino delgado e as perdas ósseas. A deficiência de vitamina D pode afetar negativamente o crescimento fetal e a formação óssea e é um fator de risco para o desenvolvimento do raquitismo infantil.

Além de alguns micronutrientes se destacarem como necessitando de uma maior atenção, algumas condições também requerem uma orientação mais direcionada, como por exemplo gestantes vegetarianas ou veganas além das gestantes que foram submetidas à cirurgia bariátrica. Nessas situações faz necessária a investigação alimentar através de recordatório, a avaliação semiológica e até mesmo bioquímicas para identificar possíveis carências nutricionais e as corrigir.

Podemos desta forma dizer que o acompanhamento nutricional é importante para a auxiliar na condução de uma ótima gestação. A atuação do nutricionista é fundamental para a garantia da promoção da saúde por meio de uma alimentação saudável, adequada e individualizada. Desta forma objetivamos garantir uma nutrição adequada para mãe, assim como para o bebê, tendo em vista que a gestação é uma “janela” crítica para o desenvolvimento e programação metabólica.

Referências 

  • Hoover E A, Louis J M. Optimizing Health Weight, Exercise, and Nutrition in pregnancy and Beyond. Obstet Gynecol Clin N Am 2019; 46: 431–440.
  • Ministério da Saúde. Caderneta da Gestante 4ª edição. Brasil, 2018.
  • Oussalah A, et al. Health outcomes associated with vegetarian diets: An umbrela review of systematic reviews and meta-analyses. Clinical nutrition 2020; In press.
  • Rottenstreich A, et al. Maternal nutritional status and related pregnancy outcomes following bariatric surgery: A systematic review. Surgery for Obesity and Related Diseases 2019; 15: 324–332.
  • Seymour J V, et al. Nutrition in pregnancy. Obstetrics, gynaecology and reproductive medicine 2019; 29 (8): 219-224.

Nutrição na gestação

A importância do acompanhamento nutricional na gestação

A gestão é um período marcado por diversas transformações fisiológicas, metabólicas e hormonais. As necessidades nutricionais neste período também encontram-se alteradas em alguns aspectos, com isso merecem atenção e acompanhamento específico. Os cuidados nutricionais nesse período tem uma importante impacto tanto na saúde da mãe, quanto na saúde do bebê.

O Ministério da Saúde orienta para que já na primeira consulta do pré-natal seja aferido o peso, a estatura e que seja feito o cálculo do índice de massa corporal (IMC) por semana gestacional. A partir de então é possível avaliar o estado nutricional atual e definir as estratégias do acompanhamento nutricional durante a gestação.

Apesar de já existirem recomendações e evidência suficientes apontando para os benefícios de um acompanhamento nutricional adequado durante a gestação, essa ainda não é a realidade da grande maioria das gestantes.

A nutrição materna constitui um cuidado que deve ser valorizado e estimulado de forma correta visando uma gravidez saudável e que merece atenção especial durante o pré-natal. A nutrição ideal é essencial para o crescimento e desenvolvimento do feto, a saúde sustentada da mãe durante a gravidez e pode ter efeitos a longo prazo na saúde da mãe e do bebê.

Assim como para a população em geral, a orientação é para que a gestante tenha uma dieta saudável com uma alimentação variada, colorida, harmoniosa e segura, baseada em alimentos in natura priorizando o consumo de frutas e verduras, cereais integrais, carnes brancas como peixes e frango sem pele, carnes vermelhas magras, porém algumas adaptações são necessárias visando garantir o suprimento de macro e micronutrientes tanto para a mãe como para o feto.

O ganho de peso total durante é de modo geral uma grande preocupação tanto das gestantes quanto dos profissionais de saúde que as acompanham. O ganho de peso é esperado e faz parte do processo fisiológico da gestação no entanto, o excesso ou o déficit desse ganho podem gerar repercussões um tanto quanto nocivas. Estudos demonstraram que o ganho excessivo de peso durante a gravidez pode estar associado a um risco aumentado de desenvolvimento da diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, bebê com peso elevado ao nascer, parto cesáreo e retenção de peso pós-parto. Por sua vez ganho de peso gestacional inadequado também demonstrou ter potenciais consequências negativas, incluindo o parto de um bebê com baixo peso ao nascer e um risco aumentado de parto prematuro.

Apesar das evidências de que mulheres que engravidam com sobrepeso ou obesidade têm maior probabilidade de desenvolver complicações na gravidez, não é aconselhável que as mulheres tentem perder peso durante a gravidez. Em vez disso, as orientações devem se concentrar em manter ou desenvolver um estilo de vida saudável que inclua uma dieta adequada em nutrientes, suplementação de nutrientes, quando apropriado, e exercícios regulares.

Segundo a caderneta da gestante elaborada pelo Ministério da Saúde (2018) é recomendado que durante a gestação se priorize uma alimentação saudável e diversificada, predominantemente de origem vegetal, rica em alimentos naturais e com o menor processamento industrial possível. Isso é importante para sua saúde e bem-estar, e para a formação e o crescimento adequado do bebê. Também recomenda o uso de ácido fólico durante toda a gravidez e de sulfato ferroso durante a gestação e até o 3º mês pós-parto. Além disso orienta à 10 passos para que a alimentação seja saudável, são eles:

  1. Fazer pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e jantar) e duas refeições menores por dia, evitando ficar muitas horas sem comer. Entre as refeições beber água.
  2. Fazer as refeições em horários semelhantes e, sempre que possível, acompanhada de familiares ou amigos. Evitar “beliscar” nos intervalos e comer devagar, desfrutando o que se está comendo.
  3. Alimentos mais naturais de origem vegetal devem ser a maior parte da alimentação. Feijões, cereais, legumes, verduras, frutas, castanhas, leites, carnes e ovos tornam a refeição balanceada e saborosa. Preferir os cereais integrais.
  4. Ao consumir carnes, retirar a pele e a gordura aparente. Evitar o consumo excessivo de carnes vermelhas, alternando, sempre que possível, com pescados, aves, ovos, feijões ou legumes.
  5. Utilizar óleos, gorduras e açúcares em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos. Evitar frituras e adicionar açúcar a bebidas. Retirar o saleiro da mesa. Atenção aos rótulos dos alimentos e preferir aqueles livres de gorduras trans.
  6. Comer todos os dias legumes, verduras e frutas da época. Ricos em várias vitaminas, minerais e fibras, possuem quantidade pequena de calorias, contribuindo para a prevenção da obesidade e de doenças crônicas.
  7. Alimentos industrializados, como vegetais e peixes enlatados, extrato de tomate, frutas em calda ou cristalizadas, queijos e pães feitos com farinha e fermento, devem ser consumidos com moderação.
  8. Evitar refrigerantes e sucos artificiais, macarrão instantâneo, chocolates, doces, biscoitos recheados e outras guloseimas no dia a dia.
  9. Para evitar a anemia (falta de ferro no sangue), consumir diariamente alimentos ricos em ferro, principalmente carnes, miúdos, feijão, lentilha, grão-de-bico, soja, folhas verde-escuras, grãos integrais, castanhas e outros. Junto com esses alimentos, consuma frutas que sejam fontes de vitamina C, como acerola, goiaba, laranja, caju, limão e outras.
  10. Todos esses cuidados ajudarão a manter a saúde e o ganho de peso dentro de limites saudáveis. Praticar alguma atividade física e evitar as bebidas alcoólicas e o fumo.

Além das recomendações para que as mulheres grávidas mantenham uma alimentação saudável, deve-se ter atenção à alguns nutrientes essenciais que merecem atenção especial. O ácido fólico por exemplo, verificou-se que a deficiência de ácido fólico está intimamente ligada ao desenvolvimento de defeitos do tubo neural como espinha bífida, anencefalia e encefalocele.

O ferro é um mineral importante envolvido no desenvolvimento de glóbulos vermelhos, particularmente a hemoglobina; no entanto, o ferro também é necessário para a função de outras enzimas no corpo, tem um papel no sistema imunológico e na síntese de componentes do tecido conjuntivo e é um cofator no neurotransmissor formação. Outro nutriente importante é a vitamina D, essencial para a saúde óssea do feto em desenvolvimento. A vitamina D regula os níveis de cálcio no sangue, afetando a absorção de cálcio e fósforo do intestino delgado e as perdas ósseas. A deficiência de vitamina D pode afetar negativamente o crescimento fetal e a formação óssea e é um fator de risco para o desenvolvimento do raquitismo infantil.

Além de alguns micronutrientes se destacarem como necessitando de uma maior atenção, algumas condições também requerem uma orientação mais direcionada, como por exemplo gestantes vegetarianas ou veganas além das gestantes que foram submetidas à cirurgia bariátrica. Nessas situações faz necessária a investigação alimentar através de recordatório, a avaliação semiológica e até mesmo bioquímicas para identificar possíveis carências nutricionais e as corrigir.

Podemos desta forma dizer que o acompanhamento nutricional é importante para a auxiliar na condução de uma ótima gestação. A atuação do nutricionista é fundamental para a garantia da promoção da saúde por meio de uma alimentação saudável, adequada e individualizada. Desta forma objetivamos garantir uma nutrição adequada para mãe, assim como para o bebê, tendo em vista que a gestação é uma “janela” crítica para o desenvolvimento e programação metabólica.

Referências 

  • Hoover E A, Louis J M. Optimizing Health Weight, Exercise, and Nutrition in pregnancy and Beyond. Obstet Gynecol Clin N Am 2019; 46: 431–440.
  • Ministério da Saúde. Caderneta da Gestante 4ª edição. Brasil, 2018.
  • Oussalah A, et al. Health outcomes associated with vegetarian diets: An umbrela review of systematic reviews and meta-analyses. Clinical nutrition 2020; In press.
  • Rottenstreich A, et al. Maternal nutritional status and related pregnancy outcomes following bariatric surgery: A systematic review. Surgery for Obesity and Related Diseases 2019; 15: 324–332.
  • Seymour J V, et al. Nutrition in pregnancy. Obstetrics, gynaecology and reproductive medicine 2019; 29 (8): 219-224.