Nutrição em pediatria

Introdução Alimentar

A alimentação tem um papel importante em todas as fases da vida entretanto, o período gestacional e os primeiros dois anos de vida de uma criança são fundamentais para o seu crescimento e desenvolvimento, para formação de hábitos e para a manutenção da saúde do indivíduo, até a fase adulta

O aleitamento materno é a mais importante e eficaz alimentação para promover a saúde da criança, reforçando vínculo, afeto e proteção, além de garantir a nutrição adequada.

Estimular o aleitamento materno exclusivo até os seis meses evita o desmame precoce e traz inúmeros benefícios para a saúde do bebe e da mãe, além de contribuir para o processo de introdução alimentar adequado, no primeiro ano de vida.

 Considerando os 10 passos para uma alimentação saudável é mandatório dar somente leite materno até os seis meses de vida da criança sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento. Constitui a maior e mais econômica intervenção para redução da morbimortalidade infantil. Permite ainda, um grande impacto na promoção da saúde integral da mãe e do bebê, repercutindo nos indicadores de saúde de toda a sociedade.

Apesar da prática da amamentação ter aumentado no Brasil, nos últimos anos, o tempo de aleitamento materno ainda é menor do que o recomendado, sendo que, duas em cada três crianças menores de seis meses fazem uso de alguma fórmula láctea. E, mesmo após o início da introdução alimentar aos seis meses uma em cada três crianças não continua recebendo leite materno até os dois anos de vida, conforme recomendação do Guia alimentar do Ministério da Saúde.

Aos seis meses a criança necessita de outros alimentos, que junto com o leite materno irão atender as suas necessidades nutricionais. Ela pode consumir a preparação da família, desde que tenham o devido cuidado com a textura e a consistência dos alimentos. Não é indicado processar ou liquidificar as preparações, estas podem ser “amassadas” de modo a facilitar a ingestão da criança e, manter preservado o processo de mastigação. Aos nove meses, normalmente a criança já é capaz de mastigar e engolir melhor os alimentos e já começa a participar dos horários das refeições junto com a família e consumir as mesmas preparações, desde que a família tenha hábitos alimentares saudáveis.

Proporcionar a criança uma alimentação saudável e adequada desde o início da introdução dos alimentos deverá ser uma preocupação constante das famílias. Hábitos alimentares adequados na fase de introdução alimentar evita que que a criança realize as refeições diárias com baixa qualidade e pouca variedade de alimentos que possam comprometer seu estado nutricional e prejudicar o desenvolvimento.

A escolha dos alimentos para o preparo das refeições é importante. O cardápio diário da criança deverá proporcionar qualidade e quantidade adequada de alimentos. Oferecer as preparações bem colorida considerando os grupos alimentares como vegetais folhosos, legumes, cereais e leguminosas, dentre outros representa uma refeição equilibrada em macro e micronutrientes. Ter o cuidado com características como sabor, textura, odor e cor das preparações são fundamentais, visto que são critérios que ajudam as crianças a começarem a identificar os alimentos e criar suas preferências.

Alimentos in natura como as frutas é indicado para as crianças a partir dos   seis meses sem restrições, sendo importante considerar os períodos de safra e as regionalidades de cultivo. Não é recomendado oferecer as frutas em preparações como sucos, por exemplo, pois estes acabam sendo mais concentrados e ricos em açúcar. Vale ressaltar que além da adição de açúcar, a de sal também não é recomendada nas refeições de crianças menores de dois anos, segundo Guia Alimentar do Ministério da Saúde.

Estudos tem mostrado que as crianças nos primeiros anos de vida estão consumindo pouca variedade de alimentos saudáveis. Estão cada vez mais seletivas, não fazendo uso regular dos alimentos in natura como frutas e folhosos ou dos minimamente processados como o tradicional arroz com feijão, comum na mesa dos brasileiros. Por outro lado o consumo dos alimentos ultra processados como pizzas, hambúrgueres, nuggets, dentre outros estão aumentando.

Esse aumento do consumo de alimentos ultra processados na infância é uma das principais causas o crescimento acelerado de obesidade infantil visto que esses produtos são mais calóricos, apresentam maior quantidade de açúcar livre, sódio, gorduras totais e gorduras saturadas e menor teor de proteínas e fibras, quando comparados aos alimentos in natura e os minimamente processados.

Evitar o consumo destes alimentos e garantir uma alimentação saudável, variada, equilibrada e saborosa respeitando as tradições familiares deverá ser uma preocupação das famílias desde o momento da introdução dos alimentos aos seis meses de vida. Para tal, é importante que as mesmas além de conhecerem os alimentos saudáveis também tenham o hábito de consumi-los no cardápio diário.

Referências

  • Lopes, WC, De Pinho, L, Caldeira, AP, Lessa, AC. Consumo de alimentos ultra processados por crianças menores de 24 meses de idade e fatores associados paul. pediatr. vol.38  são paulo  2020  epub 14-fev-2020
  • Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos. Ministério da Saúde, Brasília- DF, 2019
  • Dalmaso, M, Bonamigo, AW. A pesquisa on-line sobre amamentação: entre o senso comum e a OMS na era digital. Rev Eletron Comun Inf Inov Saúde. 2019 out.-dez.;13(4):911-21
  • Rollins NC, Bhandari N, Hajeebhoy N, Horton S, Lutter CK, Martines JC, Piwoz EG, Richter LM, Victora CG; Lancet Breastfeeding Series Group. Why invest, and what it will take to improve breastfeeding practices? Lancet 2016; 387(10017):491-504.
  • Grummer-Strawn LM, Rollins N. Summarizing the health effects of breastfeeding. Acta Paediatr 2015; 104(467):1-2.

Nutrição em pediatria

Introdução Alimentar

A alimentação tem um papel importante em todas as fases da vida entretanto, o período gestacional e os primeiros dois anos de vida de uma criança são fundamentais para o seu crescimento e desenvolvimento, para formação de hábitos e para a manutenção da saúde do indivíduo, até a fase adulta

O aleitamento materno é a mais importante e eficaz alimentação para promover a saúde da criança, reforçando vínculo, afeto e proteção, além de garantir a nutrição adequada.

Estimular o aleitamento materno exclusivo até os seis meses evita o desmame precoce e traz inúmeros benefícios para a saúde do bebe e da mãe, além de contribuir para o processo de introdução alimentar adequado, no primeiro ano de vida.

 Considerando os 10 passos para uma alimentação saudável é mandatório dar somente leite materno até os seis meses de vida da criança sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento. Constitui a maior e mais econômica intervenção para redução da morbimortalidade infantil. Permite ainda, um grande impacto na promoção da saúde integral da mãe e do bebê, repercutindo nos indicadores de saúde de toda a sociedade.

Apesar da prática da amamentação ter aumentado no Brasil, nos últimos anos, o tempo de aleitamento materno ainda é menor do que o recomendado, sendo que, duas em cada três crianças menores de seis meses fazem uso de alguma fórmula láctea. E, mesmo após o início da introdução alimentar aos seis meses uma em cada três crianças não continua recebendo leite materno até os dois anos de vida, conforme recomendação do Guia alimentar do Ministério da Saúde.

Aos seis meses a criança necessita de outros alimentos, que junto com o leite materno irão atender as suas necessidades nutricionais. Ela pode consumir a preparação da família, desde que tenham o devido cuidado com a textura e a consistência dos alimentos. Não é indicado processar ou liquidificar as preparações, estas podem ser “amassadas” de modo a facilitar a ingestão da criança e, manter preservado o processo de mastigação. Aos nove meses, normalmente a criança já é capaz de mastigar e engolir melhor os alimentos e já começa a participar dos horários das refeições junto com a família e consumir as mesmas preparações, desde que a família tenha hábitos alimentares saudáveis.

Proporcionar a criança uma alimentação saudável e adequada desde o início da introdução dos alimentos deverá ser uma preocupação constante das famílias. Hábitos alimentares adequados na fase de introdução alimentar evita que que a criança realize as refeições diárias com baixa qualidade e pouca variedade de alimentos que possam comprometer seu estado nutricional e prejudicar o desenvolvimento.

A escolha dos alimentos para o preparo das refeições é importante. O cardápio diário da criança deverá proporcionar qualidade e quantidade adequada de alimentos. Oferecer as preparações bem colorida considerando os grupos alimentares como vegetais folhosos, legumes, cereais e leguminosas, dentre outros representa uma refeição equilibrada em macro e micronutrientes. Ter o cuidado com características como sabor, textura, odor e cor das preparações são fundamentais, visto que são critérios que ajudam as crianças a começarem a identificar os alimentos e criar suas preferências.

Alimentos in natura como as frutas é indicado para as crianças a partir dos   seis meses sem restrições, sendo importante considerar os períodos de safra e as regionalidades de cultivo. Não é recomendado oferecer as frutas em preparações como sucos, por exemplo, pois estes acabam sendo mais concentrados e ricos em açúcar. Vale ressaltar que além da adição de açúcar, a de sal também não é recomendada nas refeições de crianças menores de dois anos, segundo Guia Alimentar do Ministério da Saúde.

Estudos tem mostrado que as crianças nos primeiros anos de vida estão consumindo pouca variedade de alimentos saudáveis. Estão cada vez mais seletivas, não fazendo uso regular dos alimentos in natura como frutas e folhosos ou dos minimamente processados como o tradicional arroz com feijão, comum na mesa dos brasileiros. Por outro lado o consumo dos alimentos ultra processados como pizzas, hambúrgueres, nuggets, dentre outros estão aumentando.

Esse aumento do consumo de alimentos ultra processados na infância é uma das principais causas o crescimento acelerado de obesidade infantil visto que esses produtos são mais calóricos, apresentam maior quantidade de açúcar livre, sódio, gorduras totais e gorduras saturadas e menor teor de proteínas e fibras, quando comparados aos alimentos in natura e os minimamente processados.

Evitar o consumo destes alimentos e garantir uma alimentação saudável, variada, equilibrada e saborosa respeitando as tradições familiares deverá ser uma preocupação das famílias desde o momento da introdução dos alimentos aos seis meses de vida. Para tal, é importante que as mesmas além de conhecerem os alimentos saudáveis também tenham o hábito de consumi-los no cardápio diário.

Referências

  • Lopes, WC, De Pinho, L, Caldeira, AP, Lessa, AC. Consumo de alimentos ultra processados por crianças menores de 24 meses de idade e fatores associados paul. pediatr. vol.38  são paulo  2020  epub 14-fev-2020
  • Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos. Ministério da Saúde, Brasília- DF, 2019
  • Dalmaso, M, Bonamigo, AW. A pesquisa on-line sobre amamentação: entre o senso comum e a OMS na era digital. Rev Eletron Comun Inf Inov Saúde. 2019 out.-dez.;13(4):911-21
  • Rollins NC, Bhandari N, Hajeebhoy N, Horton S, Lutter CK, Martines JC, Piwoz EG, Richter LM, Victora CG; Lancet Breastfeeding Series Group. Why invest, and what it will take to improve breastfeeding practices? Lancet 2016; 387(10017):491-504.
  • Grummer-Strawn LM, Rollins N. Summarizing the health effects of breastfeeding. Acta Paediatr 2015; 104(467):1-2.