A dislipidemia é uma condição caracterizada pelo aumento dos valores de lipídeos (gorduras) que circulam no sangue – e pode começar já na infância
É normal termos “gordura” circulando no sangue? A reposta é sim! Os lipídeos possuem diversas atividades importantes no corpo humano, desde a composição das membranas de nossa células, até mesmo a formação de neurônios do nosso sistema nervoso. O problema na verdade, consiste na elevação do níveis normais desses lipídios circulantes, podendo causar a dislipidemia – condição onde o excesso de gordura pode se apresentar já na idade infantil.
Abaixo, leia mais sobre como isso funciona.
A identificação e o tratamento precoce da dislipidemia, associado às mudanças no estilo de vida podem ajudar a diminuir o risco de doenças cardiovasculares na vida adulta. Sabe-se hoje que a dislipidemia é um fator de risco para o desenvolvimento de aterosclerose e que esse é um processo progressivo que têm início na infância.
Como prevenção, a investigação das dislipidemias na infância e adolescência tradicionalmente era feita para aqueles que apresentavam histórico familiar de hipercolesterolemia ou doença arterial coronariana. No entanto, hoje essa investigação também se faz indicada para crianças e adolescentes que apresentam obesidade, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica. Para isso se faz imprescindível a coleta de dados referente ao histórico dos pacientes tendo em vista que algumas doenças pré-existentes ou mesmo uso de determinados medicamentos podem provocar alterações lipídicas.
As principais medidas recomendadas para a prevenção primária das dislipidemias são as mudanças no estilo de vida, sendo as principais: manutenção de hábitos alimentares saudáveis; prática regular de atividade física; combate ao tabagismo e ao consumo de álcool; controle do peso corporal, evitando-se a obesidade.
Mas quais são os níveis de gordura adequados e como evitar a Dislipidemia Infantil?
De acordo com o Guia prático de atualização da Sociedade Brasileira de Pediatria para a dislipidemia infantil e no adolescente de 2020 as abordagens dietéticas (que visam evitar o excesso de gordura) incluem: para crianças com mais de 2 anos de idade deve-se limitar a menos de 30% a oferta calórica total na forma de lipídeos, sendo destes menos de 10% na forma de gorduras saturadas e oferta de colesterol menor que 300mg/dia; indicação de produtos lácteos semidesnatados, com cautela, para crianças a partir de um ano de idade com obesidade ou com história familiar de dislipidemia, DCV e obesidade; substituir gorduras saturadas de origem por gorduras poli-insaturadas ou monoinsaturadas; evitar o consumo de gorduras; aumentar a ingestão de fibras solúveis pela dieta; substituir carboidratos simples por carboidratos complexos, diminuindo consumo de açúcar e bebidas açucaradas.